O projecto inicial do edifício, destinado a habitação unifamiliar, foi aprovado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em Dezembro de 1955.
O edifício corresponde a um projecto de duas habitações geminadas, com dois pisos, aos quais foi adicionada uma cave.
A caracterização arquitectónica expressa uma linguagem moderna datada, que lhe atribui uma qualidade patrimonial, cada vez mais reconhecida e que importa preservar.
A habitação organiza-se em três pisos, de forma tradicional, tendo as zonas diurnas no rés-do-chão e as nocturnas no primeiro piso.
Do ponto de vista construtivo apresenta um sistema tradicional com paredes portantes em perpianho, lajes em betão e cobertura em estrutura de madeira.
A organização do lote compreende espaços permeáveis e impermeabilizados de acesso à garagem e aos arrumos.
A intervenção limita-se a expressar, exteriormente, o que é fundamental, na relação interior/exterior, ao adequar-se o edifício a uma nova forma de habitar que, no essencial, não difere da que orientou a estruturação inicial.
Haverá que referenciar: a intervenção correspondente a uma nova ligação da cozinha ao exterior, que comportou um acréscimo de área na ligação coberta ao espaço agora destinado a lavandaria; sob esta área, constitui-se uma zona técnica, para albergar uma bomba de calor, associada a um painel solar; a transformação do vão da sala, na fachada de tardoz, que passa a permitir o acesso directo ao exterior; a substituição dos caixilhos existentes em madeira com vidro simples por caixilhos em alumínio lacado, dado o seu deplorável estado de conservação; substituição que se torna também indispensável dado introduzir-se um revestimento exterior com sistema ETICS, pintado de cor clara, que vai melhorar significativamente o comportamento térmico do edifício.
A organização interior mantém-se, introduzindo-se apenas uma instalação sanitária de serviço, no rés-do-chão, junto à entrada, uma outra no piso -1 e, no primeiro piso, transforma-se a instalação sanitária existente em duas.
No exterior, a garagem foi transformada em atelier de pintura, organizado em dois níveis. Os aspectos mais importantes na concepção deste espaço foram: a luz, o pé-direito e a arrumação.
Existente
Projecto
Projecto | Casa M-10213
Data | 2017 – 2019
Arquitectura | Mafalda Mendonça
Estruturas | Pedro Costa Pereira
Instalações Mecânicas | Pedro Gordinho
Electricidade e Telecomunicações | Paulo Oliveira
Hidráulica | Diogo Alpendurada
Acústica | Otávio Inácio
Fotografia | Arménio Teixeira